

Se já deu por si a sentir-se preguiçosa porque anda há muito tempo a adiar uma tarefa que sabe que é importante, pare tudo o que está a fazer e dedique uns minutos do seu tempo a ler este artigo.
É que confundir procrastinação com preguiça só a afasta ainda mais dos seus objetivos.
Neste artigo, explico-lhe o que é a procrastinação e quais as suas causas (que nada têm que ver com preguiça).
Depois, mostro-lhe como é que a procrastinação está a prejudicar a sua vida e, por fim, ajudo-a a encontrar estratégias para mudar o seu comportamento e ultrapassar a procrastinação de vez.
Está pronta para deixar a procrastinação de lado?

Será preguiça? O que é, afinal, a procrastinação?
A procrastinação é um comportamento que envolve adiar constantemente tarefas que precisam de ser feitas, mesmo sabendo que isso nos pode trazer consequências negativas, a curto ou longo prazo.
Muitas vezes confundida com preguiça, a procrastinação tem na sua raiz causas que nada têm que ver com preguiça e que, por isso, precisam de ser trabalhadas com uma boa dose de gentileza e autocompaixão.
Na verdade, as pessoas muito exigentes consigo mesmas e que têm medo de falhar são, muitas vezes, aquelas que mais tendência têm para a procrastinação, pois receiam não conseguir cumprir as suas próprias expectativas.
Ou seja, a procrastinação é um comportamento aprendido – ninguém nasce para procrastinar; passamos a fazê-lo como mecanismo de defesa para não termos de lidar com emoções e situações que nos deixam desconfortáveis.
Mas não tem de ser sempre assim, porque este comportamento também pode ser superado.
Para isso, é necessário identificar a(s) causa(s) por detrás da procrastinação, pois isso vai ajudá-la a desenvolver estratégias para lidar com essa(s) causa(s) e avançar em direção aos seus objetivos.

Causas da procrastinação
A procrastinação pode ser causada por vários motivos, muito diferentes da simples preguiça.
São eles:
Ansiedade e medo
Muitas vezes, a procrastinação surge devido a sentimentos de ansiedade e medo em relação à tarefa que tem em mãos. É possível que sinta que a tarefa é muito difícil, que não está preparada o suficiente, ou que o resultado do seu trabalho não será bom o suficiente.
Falta de clareza
Se não tiver uma ideia clara do que precisa de ser feito ou não souber por onde começar, pode sentir-se sobrecarregada e, por isso, adiar a tarefa como forma de escapar a essa sensação de peso e de necessidade de esforço.
Baixa motivação
Se não tiver claros os motivos pelos quais é importante para si realizar a tarefa, pode ser desafiante encontrar energia e boas razões para começar.

Perfeccionismo
O perfeccionismo e querer fazer tudo muito bem, sempre, também pode levar à procrastinação, uma vez que pode sentir que a tarefa nunca estará “perfeita”. Consequentemente, ficar presa a esta ideia do resultado ideal e perfeito vai impedi-la mesmo de começar. E, já se sabe, quem não começa uma tarefa, também não a pode acabar.
Hábitos e distrações
Às vezes, a procrastinação, por ser um comportamento repetido há muito tempo, torna-se um hábito difícil de mudar. Afinal, a mudança de hábitos implica sairmos da nossa zona de conforto e lidarmos com alguns fatores de stress e desconforto. Então, é possível que, em vez de fazer o que tem de ser feito, escolha coisas que a fazem sentir-se mais confortável e menos stressada, como navegar na internet, fazer scroll nas redes sociais ou dedicar-se a tarefas que lhe parecem mais simples.
Falta de planeamento e organização
Não planear adequadamente o seu tempo nem os recursos necessários para concluir a tarefa, também a pode fazer sentir-se sobrecarregada e, por isso, adiar a tarefa.
Como vê, são várias as causas que podem estar na origem da sua procrastinação. Identificou-se com alguma?
Se sim, registe-a, porque agora vamos ver de que forma é que a procrastinação impacta a sua vida.

Consequências da procrastinação
A procrastinação pode ter várias consequências negativas na sua vida, sobretudo se já lida com sentimentos de baixa autoestima e alguma falta de autoconfiança.
As possíveis consequências incluem:
Aumento do stresse e ansiedade
Quando procrastinamos, geralmente deixamos as tarefas importantes para o último minuto, o que nos pode causar stress e ansiedade. Isto pode ser ainda pior para pessoas com baixa autoestima e falta de autoconfiança, pois aumenta o sentimento de que não são capazes de realizar as tarefas com sucesso, o que, por sua vez, aumenta ainda mais a ansiedade.
Falta de realização
Procrastinar pode conduzir a uma falta de realização, já que quando adiamos consecutivamente as tarefas, podemos sentir que não estamos a cumprir os nossos objetivos ou a atingir o nosso potencial. Isto pode ser especialmente prejudicial para pessoas com baixa autoestima, pois pode reforçar sentimentos de inutilidade e inadequação.
Perda de oportunidades
Quando procrastinamos, podemos perder oportunidades importantes, como prazos de candidatura para um emprego, uma bolsa de estudo ou a entrega de um trabalho ou projeto. Isto pode ter um impacto significativo na nossa vida, especialmente se já nos sentirmos incapazes de corresponder às expectativas ou desmotivadas.

Dificuldade em estabelecer metas e objetivos
Ao procrastinar regularmente, torna-se cada vez mais desafiante estabelecer metas e objetivos realistas. No caso de pessoas com baixa autoestima e falta de confiança, isto pode ser ainda mais difícil, já que terá maior dificuldade em imaginar-se a atingir esses objetivos.
Prejuízos na reputação e nos relacionamentos
Quando procrastina com frequência, pode ter dificuldade em cumprir compromissos e prazos. Isto fará com que as pessoas à sua volta deixem de a ver como alguém confiável, o que, a médio prazo, prejudica a sua imagem e os seus relacionamentos pessoais e profissionais.
Como vê, o ciclo da procrastinação é um processo que impacta não só as atividades práticas do seu dia a dia como também a forma como se vê e se sente e como é percecionada pelos outros.
Por isso, a minha sugestão é que procure formas eficazes de lidar com a procrastinação, quer seguindo dicas, quer desenvolvendo as suas competências emocionais. Além disto, sugiro que, em simultâneo, trabalhe na melhoria da sua autoestima e autoconfiança.
Resumindo…
Ainda que sejam muitas vezes confundidas, procrastinação nada tem que ver com preguiça.
Mais do que a falta de vontade para fazer o que tem de ser feito, na origem da procrastinação está, muitas vezes, a dificuldade em saber lidar com as suas emoções.
E é por esta razão que as consequências da procrastinação são tão impactantes no seu dia a dia. Destas consequências, destacam-se:
- Stress e ansiedade
- Falta de realização pessoal e/ou profissional
- Dificuldade em traçar (e cumprir) metas e objetivos
- Falta de autoconfiança
- Diminuição da autoestima
Então, como vimos, a primeira coisa que a pode ajudar a sair deste padrão de comportamento é identificar o problema que está na raiz da procrastinação e trabalhar na sua resolução.
Em seguida, é importante desenvolver as suas competências emocionais e sociais, definir metas específicas e estabelecer um plano para as alcançar.
Será este o tema do meu próximo artigo.
Se o tema lhe interessa, fique atenta.