Se associarmos produtividade a fazer muitas coisas em pouco tempo, é provável que pensemos que o multitasking (ou fazer tarefas diferentes em simultâneo) é nosso aliado. Mas será que é realmente assim?
É o que vamos descobrir neste artigo.
Depois de um período de pausa mais ou menos prolongado, como as férias, as rotinas começam aos poucos a regressar ao nosso dia a dia e as rotinas são-nos muito úteis para conseguirmos poupar energia e tomarmos decisões de forma automática.
O problema das rotinas e deste piloto automático, que ativamos quando já estamos habituados a fazer alguma coisa sempre da mesma maneira, é quando são acompanhados de hábitos que nos prejudicam, mas que, de tão enraizados, já fazem parte de nós e dos quais nem nos apercebemos.
E se, em algumas circunstâncias, o piloto automático pode realmente ser nosso aliado, como nas tarefas diárias (ir ao wc quando acordamos, lavar os dentes depois de comer, pôr a louça na máquina depois de jantar…), a verdade é que ele também nos pode levar por caminhos que já não queríamos voltar a trilhar.
Um desses caminhos é o do multitasking. Para nós, mulheres, então, até é apontado como um ponto a nosso favor…
Só que não é, e já lhe explico porquê.
Os Perigos do Multitasking
Quantas vezes dá por si a responder a um email enquanto atende um telefonema?
Ou a participar numa reunião e a fazer a lista das compras em simultâneo?
O multitasking até pode parecer muito sedutor, dando-nos a sensação de que conseguimos fazer muitas coisas ao mesmo tempo, mas a pergunta que lhe deixo é: a que preço?
E será que conseguimos fazer mais coisas e fazê-las bem?
Pois bem, o preço de pôr em prática aquilo que se define por multitasking é muito alto, nomeadamente mais cansaço mental e, a longo prazo, a diminuição da sua capacidade de concentração numa só tarefa.
Isto porque, na realidade, o multitasking não existe.
É só uma falácia que nos prejudica.
Ou seja, quando está a realizar duas funções em simultâneo, o seu cérebro não está realmente a realizá-las ao mesmo tempo.
O que acontece é que o seu cérebro vai focando a atenção alternadamente numa e noutra ação, de forma extremamente rápida.
Aliás, estudos já demostraram que não é possível ouvir e falar com eficácia ao mesmo tempo, para dar um exemplo.
Então, ao tentar praticar o multitasking, na verdade, não só não está a realizar eficazmente nenhuma das tarefas, como ainda é provável que demore mais tempo a terminá-las. Para além de, no final do dia, se sentir mental e fisicamente cansada, com a sensação de que passou o tempo a correr e a “apagar fogos”.
Por isso, em vez de tentar fazer várias coisas ao mesmo tempo para aumentar a sua produtividade, experimente o que lhe sugiro a seguir.
5 Dicas para ser mais produtiva sem comprometer a sua saúde mental
- Fazer uma lista de todas as tarefas que tem em mãos;
- Priorizar as suas tarefas;
- Organizar o que tem para fazer, tendo em conta a importância de cada tarefa, o tempo que demora a realizá-la e o local onde a pode fazer;
- Ter um calendário visível com tudo aquilo que tem de fazer a cada dia (desde tomar banho, vestir… até às deslocações) – pode parecer muito cansativo no início, mas são apenas 5 minutos diários que vão fazer com que ganhe horas de tranquilidade e descanso emocional;
- Fazer uma coisa de cada vez, praticando a atenção plena e criando blocos de trabalho focado.
Estes pequenos passos vão, não só dar-lhe uma noção real de tudo quanto consegue fazer durante o seu dia, como também aumentar a sua autoconfiança, pois ao olhar para a sua agenda no final do dia vai perceber como fez muita coisa (e bem!).
Sobretudo naqueles dias em que chega à noite com aquela sensação de que não fez nada…
Também lhe acontece acabar o dia assim?
Espero que estas sugestões a possam ajudar a viver o seu dia a dia de forma mais saudável e consciente.