Medo. Alegria. Tristeza. Raiva. Nojo. E estas são apenas as 5 emoções básicas.
Já parou para pensar em quantas – e tão diferentes – emoções experimentamos todos os dias?
As emoções são como uma força invisível que molda as nossas ações e a forma como nos relacionamos com o mundo à nossa volta.
É por isso que, se gostava de alcançar mais realização pessoal e profissional, tem de começar a partir da base. E entender como as emoções básicas influenciam o nosso comportamento é um passo determinante para o seu desenvolvimento pessoal e profissional.
Se quer saber como as emoções podem condicionar as suas ações e o que pode fazer para as usar a seu favor, continue a ler.
É isso que vamos ver neste artigo.
As Emoções Básicas: Universais e Inatas
Desde os seres humanos até aos peixes mais pequeninos, todos temos algo em comum: as emoções básicas que referi acima.
Estas emoções são inatas e universais, transversais a todas as culturas e espécies de animais.
Vários foram já os cientistas que estudaram a psicologia das emoções e realizaram estudos com animais e seres humanos para desvendar os seus mistérios. Paul Ekman e António R. Damásio são alguns deles, com trabalho já reconhecido pela ciência. Uma das descobertas notáveis na pesquisa das bases neurológicas das emoções é que, muitas delas, têm uma origem substancial na amígdala, uma estrutura cerebral situada na porção mais primitiva do cérebro, frequentemente associada ao sistema límbico. Este componente cerebral desempenha um papel crucial na regulação das respostas emocionais e, por vezes, é metaforicamente relacionado ao cérebro reptiliano, uma alusão à sua antiguidades evolutiva e à sua importância nas reações emocionais mais básicas.
Este facto faz com que, muitas vezes, as emoções surjam sem que nos apercebamos. Ou seja, as emoções são automáticas e surgem como resposta a um estímulo interno (como um determinado pensamento) ou externo (algo que vemos ou ouvimos).
Mas será que isso significa que as emoções estão fora do nosso controlo?
Não podemos controlar as Emoções, mas podemos geri-las
Aceitar que as emoções são incontroláveis é uma parte fundamental para entender como elas influenciam o nosso comportamento. Tentar controlar as nossas emoções seria como questionar a nossa própria sobrevivência, pois elas desempenham um papel vital na nossa capacidade de adaptação e na resposta a situações de perigo.
Imagine o que seria se não sentíssemos medo.
No entanto, isso não significa que temos de ser reféns das nossas emoções. Em vez disso, podemos aprender a geri-las de forma construtiva. O que acontece é que, muitas vezes, expressamos as nossas emoções de forma inadequada, o que se pode vir a revelar prejudicial para nós e/ou para os outros. Geralmente, isto acontece devido às experiências que vivemos durante a infância, onde aprendemos a lidar com os nossos sentimentos, nomeadamente o medo, mas este é um tema para outro artigo.
O que importa agora é que já sabe que, ainda que não as controle, pode aprender a gerir as suas emoções.
Para quê?
Para as usar a seu favor e fazer delas suas aliadas.
De seguida, vamos ver como.
As Duas Fases da Gestão Emocional
Para lidar eficazmente com as emoções e influenciar positivamente o nosso comportamento, podemos dividir o processo em duas fases:
Primeira fase: Saber Gerir as Emoções Dentro de Mim
Esta primeira fase envolve o reconhecimento e a compreensão das nossas próprias emoções. Quanto mais identificamos e compreendemos as nossas emoções, mais vocabulário emocional desenvolvemos. Isto dá-nos o poder de lidar com as nossas emoções de forma preventiva, construtiva e assertiva.
Segunda fase: Reconhecer as Emoções do Outro em Relação a Mim
Nesta fase, começamos a perceber que as emoções dos outros dizem mais sobre eles do que sobre nós. Recordo que todos sentimos as 5 emoções básicas. Podemos ter personalidades diferentes, perspetivas diferentes perante as mesmas situações, mas as emoções básicas são sempre as mesmas.
Assim, quando alguém comunica connosco, está a expressar as suas próprias emoções e experiências.
Lembrarmo-nos disto ajuda-nos a lidar com as emoções dos outros de forma mais empática e eficaz, pois permite-nos criar distanciamento em relação às nossas próprias emoções.
Passar da teoria à prática, pode ser desafiante, admito. Sobretudo quando passámos uma vida inteira a repetir padrões de comportamento. Porém, se chegou até aqui, é porque já percebeu que esses padrões já não lhe estão a trazer aquilo de que realmente precisa.
Então, o que pode fazer?
Comece por treinar a gestão das suas emoções.
A gestão das emoções é como um músculo que podemos treinar e fortalecer. O intuitivo, que muitas vezes nos protege, precisa de ser equilibrado com o racional. Comece por reconhecer o que está a sentir – é raiva, tristeza, desilusão, medo, entusiasmo, alegria… ou um misto de várias coisas? Repito: quanto mais identificarmos e entendermos as nossas emoções, mais aptas ficamos a lidar com elas de forma saudável.
E isso significa usar as emoções a nosso favor, tendo em conta aquilo que é importante para nós.
Para terminar, gostava que se lembrasse disto: a capacidade de gerir as nossas próprias emoções é um superpoder, porque permite-nos tomar decisões mais conscientes, melhorar os nossos relacionamentos e alcançar os nossos objetivos pessoais e profissionais com mais eficácia.
Resumindo…
As emoções básicas são uma parte intrínseca da nossa experiência humana e influenciam profundamente o nosso comportamento. Aceitar que essas emoções são incontroláveis, mas geríveis, é o primeiro passo para uma vida mais equilibrada e realizada. Ou seja, ao reconhecer e compreender as suas próprias emoções, bem como as emoções dos outros, pode viver relacionamentos mais satisfatórios e alcançar os seus objetivos com mais sucesso. Isto é pôr as suas emoções a trabalhar a seu favor, em vez de contra si.
Acredito que não podemos falar de autoconhecimento sem falar de emoções, portanto, aceite-as e treine a sua gestão emocional a partir daí, porque qualquer que seja a mudança que gostava de ver acontecer na sua vida, ela começa sempre em si. E já sabe, até pode fazer este caminho sozinha, mas não precisa, pois identificarmos sozinhas os nossos próprios padrões não é uma tarefa nada fácil. Se fizer sentido para si, conte comigo ao seu lado para a apoiar.