Tomar decisões é uma competência essencial, tanto para a vida pessoal como para a vida profissional. Bem sei, isto não será certamente uma novidade para si.
Mas, provavelmente, também já deu por si a tomar decisões de cabeça quente – e das quais talvez se tenha arrependido – ou a adiar a tomada de decisão, com medo de não fazer a opção certa, o que, por si só, também já é uma decisão.
Então, a pergunta que lhe faço agora é: já parou para pensar no papel que as suas emoções desempenham quando tem de tomar uma decisão?
Já lhe falei aqui sobre a inteligência emocional, a capacidade que temos de reconhecer, compreender e gerir as nossas emoções, bem como entender as emoções dos outros. Mas quando falamos de fazer escolhas e agir conscientemente, é importante termos este conceito bem presente e desenvolvido.
Por isso, se quer saber como pode tomar decisões alinhadas com os seus valores e objetivos e, por isso, com menos arrependimentos, continue a ler, porque este artigo é mesmo para si.
Reconhecer as Emoções ao Tomar Decisões
Quando queremos tomar decisões de forma mais ágil e acertada, o primeiro passo é reconhecer as nossas emoções. Muitas vezes, deixamos que as nossas emoções influenciem as nossas decisões de forma subtil, mas poderosa.
Por exemplo, o medo de falhar pode levá-la a evitar oportunidades que considere mais arriscadas, enquanto a ansiedade a pode deixar paralisada perante decisões importantes.
Identificar e dar um nome às nossas emoções é o ponto de partida para começarmos a compreender como é que elas afetam as nossas decisões.
Para isto, um exercício útil é manter um diário emocional. Habitue-se a anotar as suas emoções e as situações que as desencadeiam, e observe os padrões que surgem. Este hábito pode ajudá-la a tornar-se mais consciente de como as suas emoções influenciam as suas decisões e a desenvolver estratégias para as gerir de forma mais eficaz.
Gestão Emocional para Decisões Equilibradas
Consciente das suas emoções, já pode aprender a geri-las.
Isto envolve regular as suas emoções, para que não dominem o seu processo de decisão. Técnicas como a respiração profunda, o mindfulness e a meditação podem ser muito úteis, já que são práticas que ajudam a reduzir o stress e a ansiedade, permitindo-lhe aceder a um estado de consciência mais calmo e racional que facilitará a tomada de decisão.
Imagine que está prestes a fazer uma apresentação importante no trabalho, e a ansiedade está a ganhar terreno. Praticar a respiração profunda pode ajudar a acalmar os nervos, permitindo-lhe concentrar-se melhor e tomar decisões mais claras sobre como conduzir a apresentação.
E as emoções dos outros, também são importantes para tomar decisões?
A inteligência emocional também envolve a capacidade de compreender e ter em consideração as emoções dos outros. Por isso, ao tomar decisões, em contexto profissional ou pessoal, é interessante pensar em como as suas escolhas podem impactar as pessoas à sua volta. Com isto não quero dizer que deva colocar as necessidades dos outros acima das suas, mas procurar um equilíbrio que promova a harmonia e a colaboração.
E, aqui, ajuda saber como evitar e resolver conflitos.
Praticar a empatia pode ser uma ferramenta poderosa neste sentido. Ao colocar-se no lugar dos outros e ter em conta as suas perspetivas e sentimentos, poderá tomar decisões que beneficiem todos os envolvidos e promovam um ambiente mais positivo e de cooperação.
Então, já sabemos que as emoções têm um papel essencial quando é preciso tomar decisões, mas a verdade é que há outros fatores envolvidos na tomada de decisão. Os seus valores e objetivos são 2 desses fatores.
Valores e Objetivos: Como Analisar Alternativas ao Tomar Decisões
Se o que procura é a sensação de realização e autenticidade, é fundamental que aprenda a tomar decisões alinhadas com os seus valores pessoais e os seus objetivos de vida.
Isto significa que quando temos um bom nível de autoconhecimento e sabemos o que é realmente importante para nós, é mais fácil avaliarmos as alternativas que temos e escolhermos o caminho que mais se alinha com aquilo que queremos alcançar.
Por exemplo, se valoriza o equilíbrio entre a vida pessoal e a vida profissional, uma oferta de emprego que exija longas horas de trabalho e viagens frequentes pode não ser a melhor escolha, mesmo que o salário seja atrativo.
Por isso, sempre que tiver de tomar decisões, tenha em conta que é fazendo escolhas que refletem os seus valores que aumentará os seus níveis de satisfação e motivação a longo prazo.
Agora, há aqui um ponto importante: tomar boas decisões é um processo de aprendizagem contínuo e sem fim.
A Importância do Desenvolvimento Contínuo
Investir na inteligência emocional para tomar decisões mais conscientes e eficazes é um processo contínuo que nos pede prática e compromisso. Participar em workshops, cursos e ler sobre o tema também lhe oferece insights valiosos que ajudam a fortalecer as suas competências emocionais.
Mas há um limite para o trabalho que conseguimos fazer sozinhas. A certa altura, se queremos realmente evoluir e alcançar novos patamares no nosso desenvolvimento pessoal e profissional, precisamos de reconhecer que chegou a hora de pedir ajuda.
Concluindo…
Tomar decisões é uma competência complexa que envolve mais do que simplesmente escolher entre duas ou mais opções. A inteligência emocional tem um papel fundamental neste processo, ajudando-nos a reconhecer e gerir as nossas emoções, entender as dos outros e avaliar as alternativas com base nos nossos valores e objetivos.
Para facilitar o processo, podemos recorrer a ferramentas e estratégias que nos ajudem a compreendermo-nos e a autorregularmo-nos, como por exemplo:
- Manter um diário emocional para identificar padrões de comportamento;
- Praticar técnicas de relaxamento, como a respiração profunda, a meditação e o mindfulness, para reduzir o stress e a ansiedade;
- Praticar a empatia, para compreender as emoções dos outros;
- Analisar as alternativas, avaliando quais estão mais alinhadas com os seus valores pessoais e objetivos de vida.
Além disto, investir no seu desenvolvimento contínuo, quer seja através de workshops, cursos, livros ou até mesmo com a orientação de um coach especializado em Soft Skills, vai fazê-la sentir-se emocionalmente mais competente e segura para tomar decisões mais conscientes e eficazes para uma vida pessoal e profissional mais realizada e autêntica.