Mesmo nas situações mais desafiantes, temos dentro de nós recursos para ativar a nossa autoconfiança. Só precisamos de saber quais são e como os desenvolver. E é disso que lhe vou falar neste artigo.
Mas, antes, quero contar-lhe uma história pessoal.
No ano passado, enquanto me preparava para uma apresentação importante, dei por mim imersa numa montanha-russa de emoções que já me eram familiares. Por mais que eu tivesse dedicado horas à pesquisa, ao planeamento e à preparação cuidada de cada detalhe, quando chegou o momento de apresentar, o nervosismo tomou conta de mim.
(Ou tentou, pelo menos.)
A garganta seca, o coração acelerado e os pensamentos em loop – “E se não estiver bom o suficiente?”.
Esta situação não é nova nem incomum. Nem para mim nem para muitas das mulheres que acompanho em sessões de coaching.
Também já se viu numa situação assim?
A sensação de estar sob os holofotes, a pressão de corresponder às expectativas, o medo de falhar diante dos outros.
Tudo isto pode ser avassalador se não ativarmos em nós os recursos necessários para recuperarmos a nossa autoconfiança e seguirmos em frente.
Estes recursos internos de que lhe falo são as nossas soft skills. Competências sociais que podem ser aprendidas e desenvolvidas.
Neste artigo, vamos então ver quais são as soft skills que nos ajudam a desenvolver a nossa autoconfiança para lidarmos com os desafios – pessoais e profissionais – com mais tranquilidade e assertividade.
Voltando um pouco atrás, o que são afinal as soft skills?
Para lhe explicar o que são as soft skills, preciso de lhe falar sobre as hard skills que, provavelmente reconhecerá muito mais facilmente. As hard skills são as competências técnicas especificas que possui para realizar determinada tarefa – conhecimento de um software específico, como Excel ou Photoshop; Fluência num idioma estrangeiro; conhecimentos em contabilidade ou em design gráfico, só para lhe dar alguns exemplos.
Já as soft skills estão relacionadas com as nossas competências sociais e incluem comunicação, liderança, trabalho em equipa, resolução de problemas e inteligência emocional. No fundo, são as competências que nos permitem criar relações com os outros e, profissionalmente, nos permitem destacarmo-nos em ambientes cada vez mais colaborativos (e competitivos).
Mas de quais destas soft skills vem, afinal, a nossa autoconfiança?
Autoconfiança como Resultado das Soft Skills
A autoconfiança não surge do nada.
Ela é o resultado de um conjunto de competências e atitudes que desenvolvemos ao longo do tempo. Quando desenvolvemos as nossas soft skills, como a comunicação eficaz, a empatia e resiliência, tornamo-nos mais confiantes das nossas próprias competências e capacidades. E isto permite-nos lidar com os desafios com mais segurança, tranquilidade e assertividade, sabendo que temos os recursos necessários para gerir qualquer situação que surja.
Sabendo disto, quais são as Soft Skills mais relevantes para a autoconfiança? Continue a ler que já lhe digo.
Há várias soft skills que desempenham um papel fundamental no desenvolvimento da autoconfiança.
Uma delas é a comunicação eficaz. Quando somos capazes de expressar as nossas ideias de forma clara e assertiva, sentimo-nos mais confiantes na nossa capacidade de comunicação e de influenciar os outros. Se pensar numa reunião em que tenha de apresentar um projeto a um cliente, é fácil perceber como ter esta soft skill bem desenvolvida a pode ajudar a sentir-se empoderada e a alcançar os seus objetivos mais facilmente.
Além disso, a inteligência emocional – a capacidade de reconhecer e gerir as nossas próprias emoções e as emoções dos outros – ajuda-nos a construir relacionamentos mais fortes e a lidar com situações difíceis de forma mais eficaz. Num momento de maior tensão, por exemplo, a inteligência emocional ajudá-la-á a responder com mais consciência, evitando atitudes mais impulsivas ou intempestivas.
Mas há outras soft skills importantes para a autoconfiança. Ora veja!
5 Soft Skills para a Autoconfiança
1. Comunicação Eficaz
Competência fundamental para expressar ideias de forma clara e empática, o que contribui para fortalecer os seus relacionamentos e transmitir confiança. As pessoas dotadas de uma boa capacidade comunicativa conseguem fazer novos contactos com facilidade. Expressam-se de forma clara e assertiva, o que contribui para que criem relações positivas, autênticas e profícuas com os outros. Além disso, influenciam mais facilmente os outros e, por isso, conseguem vender melhor as suas ideias, projetos, produtos ou serviços.
2. Inteligência Emocional
Capacidade de reconhecer, compreender e gerir emoções, tanto as próprias quanto as dos outros, o que facilita a tomada de decisões e a manutenção do equilíbrio emocional. O autoconhecimento, o controlo emocional e a capacidade de reconhecer e compreender as emoções dos outros são essenciais para lidar com situações desafiantes e manter a calma em momentos de pressão e stress.
As pessoas emocionalmente inteligentes têm uma elevada autoconsciência e estão disponíveis para acolher novas perspetivas. Sabem ouvir e receber feedback, mesmo quando não concordam. A inteligência emocional revela-se, então, numa maior autoconfiança e nas relações de empatia que estabelecem com os outros.
3. Resiliência
Capacidade de se adaptar, superar obstáculos e aprender com as experiências adversas, promovendo a autoconfiança e a determinação. Pessoas resilientes são pessoas determinadas, com grande capacidade de reagir positivamente perante grandes desafios e momentos difíceis. São pessoas proativas, motivadas e que encontram inspiração para seguir em frente e crescer mesmo perante as adversidades. São pessoas com uma grande força interior e orientadas para a ação.
4. Autocompaixão
Prática de ser gentil e compreensiva consigo mesma, reconhecendo as suas próprias limitações e falhas, sem julgamento. Esta atitude de autogentileza fortalece a sua autoestima e a autoconfiança.
5. Empatia
Capacidade de se colocar no lugar do outro, compreendendo os seus sentimentos e necessidades, mesmo que sejam diferentes dos seus. Além disso, a empatia também promove um sentimento de conexão e pertença, o que também contribui para aumentar a autoconfiança. Pessoas empáticas são conciliadoras e capazes de estabelecer relacionamentos mais fortes. No trabalho, pautam por se destacar no trabalho em equipa por serem boas ouvintes e promoverem um ambiente harmonioso.
Agora, que sabe quais as soft skills mais relevantes para mais autoconfiança…
Por onde começar?
A minha sugestão é que comece pelo seu autoconhecimento, porque sem ele não é possível haver autoconfiança.
Quanto mais nos conhecemos – as nossas forças, fraquezas, valores e objetivos – mais capazes somos de tomar decisões alinhadas com quem realmente somos. E é isto que nos vai permitir agir com autenticidade e integridade, o que, por sua vez, fortalece a nossa autoconfiança e nos permite alcançar os nossos objetivos com mais sucesso.
Faz sentido para si?