Decorações de Natal. Prendas. Jantares. Reuniões familiares. Viagens. Listas de tarefas intermináveis. A antecipação de tudo aquilo que se espera do Natal já é, por si só, motivo que pode gerar muita ansiedade para muitas pessoas.
A acrescer a tudo isto, há ainda os balanços e planos tão típicos de uma viragem de ciclo como o fim de ano, seja pelas metas não cumpridas e as frustrações de objetivos não alcançados ou pelas imagens de pessoas felizes e realizadas a celebrar sucessos pessoais e profissionais que inundam as redes sociais.
Soa-lhe familiar?
Se sim, fique por aí.
Neste artigo quero ajudá-la e, para isso, identifico os principais fatores que causam ansiedade na época de Natal e Ano Novo e ainda lhe deixo 6 dicas que a vão ajudar a lidar com eles.
Continue a ler que já lhe explico tudo.
Quando o Natal não é sinónimo de paz: por que razão surge a ansiedade no Natal e Ano Novo?
Se tendencialmente já é uma pessoa ansiosa, a época de Natal e Ano Novo são propícias ao aumento dos seus níveis de ansiedade, sobretudo se idealiza uma época perfeita, plena de felicidade, paz e harmonia.
E imaginar um cenário assim nem é difícil quando, na televisão e nas redes sociais, se sucedem imagens que retratam relacionamentos, famílias, pessoas e situações dignas de contos de fadas.
Mas a realidade é outra, bem diferente dos contos de fadas e dos anúncios publicitários, em muitos casos.
Em muitas famílias, há conflitos, memórias que podem ser dolorosas, ausências, cobranças… E tudo isto funciona como rastilho para uma ansiedade que vai crescendo à medida que o mês de dezembro avança.
Depois, há também a pressão social para o consumismo, quer seja na compra de presentes perfeitos, na preparação de uma ceia irrepreensível que agrade a todos ou até na participação de eventos sociais que parecem não ter fim.
Além disto, as emoções negativas podem ainda ser acionadas pela expectativa do novo ano. Entendido por muitos como um momento para traçar novas metas, o fim do ano pode trazer consigo a ansiedade exagerada de quem tem medo de não vir a estar à altura das expectativas e dos desafios.
Ora, isto torna-se ainda mais evidente num contexto de futuro incerto e perante notícias de uma crise económica como as que nos chegam todos os dias.
Tudo isto parece bastante angustiante.
Já parou para pensar que, provavelmente, se sente assim, mas como o ritmo é tão acelerado ainda nem reparou?
Não quero deixá-la sem soluções, mas quero que se permita tirar uns momentos para refletir.
Então, podemos concluir que a ansiedade no Natal e no Ano Novo prende-se, sobretudo, com as expectativas que cria sobre esta época do ano e com o facto de poderem surgir situações que fogem ao seu controlo.
Agora que identificámos as causas, e partindo do princípio de que quer usufruir desta época com mais calma e serenidade, o que pode fazer para prevenir esses estados de ansiedade?
É o que vamos ver a seguir.
O que fazer para prevenir a ansiedade no Natal: 6 dicas práticas
1. Pare apenas uns minutos
Pegue num papel e caneta e defina como quer que corra este Natal para si. O que quer sentir? E como quer estar nesse momento? A melhor forma de gerir expetativas de algo que ainda não aconteceu é ganhar consciência sobre o que realmente queremos retirar daquele momento. Tendo consciência de que só controlamos o que sentimos, o que fazemos e as nossas escolhas, o resto está fora na nossa zona de controlo. Por isso, gerir emocionalmente as suas expetativas sobre o que quer vivenciar ou sentir vai permitir-lhe visualizar – ver-se calma, tranquila, alegre ou mesmo com o amor que quer dar e receber naquele momento.
2. Planeie
Pensar no que gostava de oferecer com antecedência vai ajudá-la a tomar melhores decisões e até a poupar, evitando compras de última hora.
Eis o que eu costumo fazer:
- Faço uma lista com o nome de todas as pessoas a quem quero dar uma prenda (normalmente, primeiro os familiares) e defino um valor máximo;
- Depois, pesquiso na net o que posso oferecer e preços, só para ter uma ideia geral e associar essa ideia ao nome da pessoa;
- Defino onde vou comprar os presentes, às vezes compro online, outras vezes vou às lojas físicas;
- Gosto sempre de juntar algo feito por mim, à mão, nem que seja apenas um postal com uma mensagem personalizada.
Se, por alguma razão, não quero gastar dinheiro a comprar, faço eu mesma um presente. Deixo-lhe alguns exemplos de presentes que já ofereci:
- Compotas de doce caseiro;
- Mini-vasos com plantas da sorte (tenho algumas e gosto de contar a história delas- são mitos, mas transmitem a fé de acreditar que tudo é possível e o Natal é tempo de celebrar a magia);
- Vales para momentos de convívio e compromisso com as pessoas (por exemplo: passeios, almoços, jantares, massagens… tudo é valido, desde que seja algo que saibamos que a pessoa vai valorizar por o fazer connosco);
- Mini cabazes de produtos caseiros e biológicos (o privilégio de poder ir à horta dos meus pais!), folhadinhos (feitos por mim), velas de cheirinho (reciclagem feita por mim), biscoitos, licor…
Seja qual for a opção, a ideia é fazer algo que seja dedicado, criativo e transmita carinho e tempo investido para aquelas pessoas. E certamente que garante um presente diferente do que normalmente recebemos.
Ah, é verdade, e sempre com mensagens de muito amor e carinho, pois é nisso que acredito.
3. Identifique sinais de stress
Treine a sua auto-observação e aprenda a reconhecer os sinais que lhe indicam que os seus níveis de stress e ansiedade estão a subir. Quanto mais se conhecer e mais inteligência emocional tiver, mais facilmente conseguirá identificar as emoções que surgem nestes momentos e autorregular-se.
4. Cuide de si
Para ter energia para os outros, tem de cuidar primeiro de si. Para isso, pode reservar tempo para se dedicar a uma atividade que lhe dê prazer, como ler, cozinhar, dar um passeio, ver um filme, dançar… E pode até programar esta atividade para antes ou depois de um momento que já antevê como emocionalmente exigente. Assim, estará a criar uma zona de conforto onde poderá recarregar as suas energias.
5. Depois de tudo planeado e organizado, reveja as suas expectativas
Ninguém tem a família perfeita, por isso, invista antes a sua energia a aprender estratégias de autorregulação emocional que a ajudem a lidar com as dinâmicas familiares que não estão sob o seu controlo.
6. Crie (boas) memórias
Quer seja com a criação das suas próprias tradições e rituais ou praticando atividades que despertam o sentimento de partilha, amor e entreajuda, concentre-se naquilo que é mais importante nesta quadra: estar junto daqueles que ama, em total presença e entrega ao aqui e ao agora.
Como vê, a ansiedade que sente quando pensa em tudo aquilo que o Natal traz consigo pode ser gerida e está nas suas mãos fazer as pequenas mudanças (pequenos passos fazem a diferença) que a ajudarão a ter um Natal e um Ano Novo mais felizes e serenos, sem necessidade de correr atrás de ideais de perfeição irrealistas.
Força e cuide si para que consiga cuidar verdadeiramente dos outros.
Feliz Natal e o desejo de um Ano Novo fantástico!